METODOLOGIA DOS INDICADORES DO SETOR SUCROALCOOLEIRO NO BRASIL
O Instituto Assaf em conjunto com o PECEGE apresenta indicadores econômicos e financeiros para as empresas do setor sucroalcooleiro no Brasil. A amostra utilizada para a elaboração da pesquisa é composta empresas de capital fechado e capital aberto do setor sucroalcooleiro com dados para os possíveis resultados de fechamento dos demonstrativos: março, abril ou dezembro para as safras 2014/2015, 2015/2016, 2016/2017, 2017/2018 e 2018/2019. A definição da amostra foi limitada pela disponibilidade dos dados. A obtenção das demonstrações financeiras foi feita por meio da base Valor Pró®.
Capital/Fechamento | 2018/2019 | 2017/2018 | 2016/2017 | 2015/2016 | 2014/2015 |
Capital Fechado – 31/12 | 47 | 48 | 47 | 46 | 45 |
Capital Fechado – 30/4 | 2 | 2 | 3 | 3 | 3 |
Capital Aberto – 31/3 | 3 | 3 | 3 | 3 | 2 |
Capital Fechado – 31/3 | 38 | 40 | 38 | 35 | 34 |
Total de Empresas | 90 | 93 | 91 | 87 | 84 |
Os dados financeiros foram obtidos das demonstrações financeiras das empresas, sendo classificados de acordo com metodologia apresentada posteriormente. Para cálculo dos indicadores as demonstrações foram analisadas dentro de um padrão. Os ajustes, os modelos das demonstrações padronizadas para a classificação dos saldos das contas contábeis patrimoniais e de resultado foram utilizados os seguintes Pronunciamentos Contábeis:
- CPC 00 – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro
- CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis
Os demais CPCs podem ter impactado a elaboração das Demonstrações Contábeis utilizadas, no entanto, como o objetivo do presente trabalho não foi analisar a elaboração desses relatórios, não foram validados antes do processo de agrupamento das contas em modelo resumido.
A partir dos dados individuais das empresas foi elaborado um consolidado do setor, com as informações agregadas de todas as empresas observadas na amostra. De posse do consolidado foram calculados os indicadores referentes ao desempenho operacional e de vendas, liquidez e equilíbrio financeiro, estrutura de capital e alavancagem, geração de caixa e indicadores operacionais. Ainda, são apresentados resultados de indicadores específicos do setor cujas informações qualitativas e quantitativas operacionais foram obtidas pelo PECEGE.
Os indicadores calculados são:
Desempenho de Vendas
Evolução das Vendas – Mede o crescimento percentual das Receitas Líquidas de Vendas das empresas de um exercício social para outro.
Evolução do NOPAT Amplo – Mede o crescimento percentual do Resultado Operacional Amplo Líquido do IR (NOPAT Amplo) verificado de um exercício social para outro.
Evolução do NOPAT Restrito – Mede o crescimento percentual do Resultado Operacional Restrito Líquido do IR (NOPAT Restrito) de um exercício social para outro.
Margem Líquida – Relação entre o Resultado Líquido e as Receitas Líquidas de Vendas de cada exercício social. Indica a parcela das receitas de vendas que restou aos proprietários após serem cobertos todos os custos e despesas incorridos no exercício.
Despesas Operacionais / Vendas – Relação entre as Despesas Operacionais totais (são excluídas somente as despesas financeiras) e as Receitas Líquidas de Vendas. Parte das receitas de vendas destinada a cobrir as despesas operacionais incorridas pela empresa em cada exercício social.
Despesas Financeiras (Líquidas IR) / Vendas – Relação entre as Despesas Financeiras Líquidas do IR (despesas com juros líquidas do benefício fiscal) e as Receitas Líquidas de Vendas. Parcela das receitas de vendas destinada a cobrir os encargos financeiros de competência de cada exercício social.
Evolução do Resultado Bruto – Mede o crescimento percentual do Resultado Bruto de um exercício social para outro.
Prov. do IR do Exercício/Rec. Líq – Relação entre a Provisão do IR (imposto Renda) e as Receitas Líquidas de Vendas.
Desempenho Operacional
Giro dos Investimentos – Relação entre o montante das Receitas Líquidas de Venda e o total do Capital Investido (investimento fixo e investimento em giro). Para cada R$ 1,00 de investimento total, quanto a empresa realizou em vendas.
Giro dos Ativos – Relação entre o montante das Receitas Líquidas de Venda e o Ativo Total.
Margem Bruta – Relação entre o Lucro Bruto e o montante das Receitas Líquidas de Vendas. Mede a eficiência produtiva, ou seja, quanto restou de lucro das vendas do exercício após a dedução dos custos de produção.
Margem Operacional Restrita – Relação entre o Resultado Operacional Restrito (líquido do IR) e o montante das Receitas Líquidas de Venda. Resultado Operacional Restrito é o resultado proveniente da atividade objeto da empresa, calculado antes das Despesas Financeiras e outras que não se vinculam, com maior rigor, ao negócio principal da empresa, como Resultados de Equivalência Patrimonial e Resultados Não Operacionais.
Margem Operacional Ampla – Relação entre o Resultado Operacional Amplo (líquido do IR) e o montante das Receitas Líquidas de Venda. Para o cálculo do Resultado Operacional Amplo somente as Despesas Financeiras são admitidas como não-operacionais.
ROCE – Retorno sobre o Capital Investido – Relação entre o Resultado Operacional Amplo (líquido do IR) e o Investimento Total (Capital Employed). Retorno oferecido aos proprietários de capital (credores e acionistas) pelo investimento realizado na empresa.
Liquidez e Equilíbrio Financeiro
Liquidez Corrente – Relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante apurados em cada exercício. Para cada R$ 1,00 de dívidas correntes (curto prazo), quanto a empresa mantém em ativos de mesma maturidade.
Liquidez Seca – Relação entre o Ativo Circulante (deduzido dos Estoques e Despesas Antecipadas) e o Passivo Circulante. Mede a capacidade de pagamento da empresa através de seus ativos monetários correntes (basicamente disponibilidades e valores a receber).
NIG em Dias de Venda – NIG (Necessidade de Investimento em Giro) reflete a efetiva necessidade de investimento em giro de uma empresa, expresso em unidades monetárias, e determinada pelos seus prazos operacionais e volume de atividade. NIG em Dias de Vendas é determinada pela relação entre o total da NIG (R$) da empresa e o volume médio diário de vendas do exercício. Quantos dias de vendas são demandados para financiar as necessidades de capital de giro da empresa.
NIG / Vendas – Relação entre a NIG (Necessidade de Investimento em Giro) e as Receitas Líquidas de Vendas. Parcela (em %) que a necessidade de investimento em giro da empresa representa de seu montante de vendas.
CCL/NIG – Relação entre o CCL e o NIG.
Estrutura de Capital e Alavancagem
Endividamento Total (Fim de Ano) – Relação entre o Passivo Total (Circulante + Exigível de Longo Prazo) e o Patrimônio Líquido. Para cada R$ 1,00 de capital próprio investido, quanto a empresa captou de terceiros. O indicador é calculado em valores de final do exercício.
Endividamento Total (Médio) – Indicador semelhante ao anterior, diferenciando-se somente por ser calculado, para cada exercício social, em valores médios de Patrimônio Líquido e Passivos Exigíveis.
Endividamento Oneroso Médio- Relação entre os Passivos Onerosos geradores de encargos financeiros (empréstimos e financiamentos, basicamente) e o Patrimônio Líquido verificada em cada exercício social.
Passivo Total Médio / Ativo Total Médio – Relação entre o Passivo Total (Circulante e Exigível de Longo Prazo) e o Ativo Total. Calculado a partir de valores médios do exercício. Indica a participação dos recursos próprios no financiamento do ativo total da empresa em cada exercício.
Passivo Oneroso Médio / Ativo Total Médio – Relação entre os Passivos Onerosos e o Ativo Total de cada exercício, ambos medidos em valores médios. Mede a participação das dívidas onerosas no total do Ativo da empresa.
Grau de Alavancagem Financeira – Razão entre o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) e o Retorno do Capital Investido (ROCE).
Resultado do Acionista pela Alavancagem – Diferença entre o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) e o Retorno do Capital Investido (ROCE). Mede o retorno adicional do acionista (positivo ou negativo), em cada exercício, em razão da empresa manter uma estrutura de capital alavancada.
Geração de Caixa
EBITDA / Vendas – EBITDA (em inglês: earning before interest, taxes, depreciation/depletion and amortization): Lucro antes dos Juros, Impostos sobre lucros, Depreciação, Exaustão e Amortização. EBITDA revela capacidade de geração interna de caixa da empresa. EBITDA / Vendas mede o equivalente percentual das Receitas Líquidas de Vendas que a empresa gerou em caixa de suas operações no exercício.
EBITDA / Despesas Financeiras – Indicador também conhecido por “Cobertura de Juros”. Mede a geração interna de caixa para cada R$ 1,00 apropriado de juros no exercício.
Fluxo de Caixa Livre da Empresa/Dívida Onerosa – Indicador que avalia a relação entre o Fluxo de Caixa Livre da Empresa e a Dívida Onerosa
Fluxo de Caixa Livre da Empresa/Despesa Financeira Líquida – Indicador que avalia a relação entre o Fluxo de Caixa Livre da Empresa e a Despesa Financeira Líquida
Fluxo de Caixa Livre da Empresa – É uma medida de geração operacional de caixa que leva em consideração, entre outros elementos, as necessidades de investimentos da empresa em fixo e giro.
Indicadores de Risco
Dívida Onerosa/PL Contábil – Indicador de Risco que avalia a relação entre a Dívida Onerosa e o PL Contábil da Empresa.
Dívida Onerosa/EBITDA – Indicador de Risco que avalia a relação entre a Dívida Onerosa e o EBITDA.
Caixa/Dívida Onerosa – Indicador de Risco que avalia a relação entre o Caixa e a Dívida Onerosa.
EBIT/Receita de Vendas – Indicador de Risco que avalia a relação entre a Dívida Onerosa e o PL Contábil da Empresa.
Desp. Financ. Líq IR/AT – Indicador de Risco que avalia a relação entre Despesa Financeira Líquida do IR e o Ativo Total.
Receita Financeira Líq IR/AT – Indicador de Risco que avalia a relação entre a Receita Financeira Líquida e o Ativo Total.
Aplic. Financeiras + Disponibilidades/AT – Indicador de Risco que avalia a relação entre o EBIT e a Receita de Vendas.
Folga Financeira/Receita de Vendas -Indicador de Risco que avalia a relação entre a Folga Financeira de Caixa e a Receita Líquida de Vendas.
Indicadores Específicos do Setor
Receita sobre Moagem Efetiva – O indicador de Receita sobre moagem efetiva é a relação entre a Receita líquida do exercício (R$) e a moagem (Toneladas) informada pela empresa no período.
Custo Caixa (Cash Cost) – Adotado aqui pelo custo dos produtos/serviços da empresa (R$).
Custo Caixa/moagem efetiva – É a relação entre o custo caixa (R$), representado pelo custo dos produtos/serviços da empresa (R$), e a moagem efetiva (Toneladas) no período apresentado.
EBITDA/moagem efetiva– É a relação entre o EBITDA e a moagem da empresa (Toneladas) no período.
Dívida Onerosa Bruta/moagem efetiva– É a relação entre a Dívida Onerosa da empresa – passivo oneroso médio, e a moagem efetiva da empresa (Toneladas) no período.
FOCF/Dívida onerosa Bruta – É a relação entre a Dívida Onerosa da empresa em relação ao fluxo de caixa livre operacional (R$).
Margem EBITDA – É a relação entre o EBITDA da empresa (R$) e a Receita Líquida no período (R$).
ROA (Retorno sobre o Ativo) – É a relação entre o NOPAT da empresa (R$) e o Ativo Total Médio (Média Anual) (R$) no período.